Perlimps

“Quero que meus filmes sejam fáceis de entrar e difíceis de sair”, diz Alê Abreu sobre Perlimps (veja vídeo a seguir), que acaba de estrear nos cinemas. A fuga da obviedade é lição aprendida com o mestre da animação Hayao Miyazaki. “Eu vi A Viagem de Chihiro umas 100 vezes, até compreender”, revela. Quase uma década depois da indicação ao Oscar de Melhor Animação por O Menino e o Mundo, o diretor une-se aos produtores Laís Bodanzky (A Viagem de Pedro) e Luiz Bolognesi (A Última Floresta) para inundar a tela de cores e promover uma imersão na infância.

Referências a O Pequeno Príncipe e até a Star Wars recheiam a fantasiosa trama ambientada em um Bosque que parece uma enorme aquarela. É ali que se encontram Claé e Bruô, agentes secretos de reinos rivais que precisam superar as diferenças e unir forças para encontrar os Perlimps, misteriosos seres de luz capazes de salvar a natureza do ataque dos Gigantes – as máquinas, na verdade. Espontaneidade é a arma dos pequenos heróis. “Brincadeira de criança não tem roteiro”, comenta Abreu.

O veterano Stênio Garcia assume a voz do narrador e sábio João-de-Barro. Giulia Benite (a Mônica dos filmes da Turma da Mônica) faz a voz de Bruô e Lorenzo Tarantelli (a voz de Young Sheldon) dubla Claé. Se o rap de Emicida, “Aos Olhos de Uma Criança”, deu o tom em O Menino e o Mundo, em Perlimps a canção “Daqui prá lá, de lá pra cá (pra Naná)”, escrita pelo próprio diretor, ganha o ritmo único do grupo Barbatuques.

Embora o fio narrativo seja simples, por se tratar de Alê Abreu a gente já sabe que Perlimps será uma jornada subjetiva e metafórica. O desfecho revelador de O Menino e o Mundo encontra seu paralelo em Perlimps, na importância da amizade e das relações familiares. O que são os Perlimps, afinal, senão os sentimentos mais profundos do indivíduo. “Eu sei que faço um trabalho para comunicar lá dentro”, afirma Abreu. Na entrevista em vídeo a seguir, ele conta como o filho, João, captou a mensagem.

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