Lupin

O francês Omar Sy foi catapultado para a fama em 2011, quando arrancou risos e lágrimas como o cuidador de um tetraplégico no fenômeno Intocáveis, pelo qual ganhou o César de melhor ator. Hollywood lhe abriu as portas nos blockbusters X Men: Dias de um Futuro Esquecido e Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros, porém em papéis menores. O protagonismo ele tem garantido na terra natal, em produções como Chocolate, Uma Família de Dois e Jornada da Vida. Pois o astro coloca todo seu star power a serviço de Lupin, a primeira atração francesa a entrar no Top 10 da Netflix nos Estados Unidos.

Lupin, no entanto, não é o nome do personagem principal, o imigrante senegalês Assane Diop. Arsène Lupin é o “ladrão de casaca” da série literária lançada em 1905 pelo escritor Maurice Leblanc. Gatuno galante, cavalheiro e mestre em disfarces, Lupin e seus golpes pacíficos e audaciosos servem de inspiração para Diop, leitor voraz desde que ganhou o primeiro volume de seu pai, Babakar (Fargass Assandé). Ele está de olho em um colar que pertenceu à Rainha Maria Antonieta, exposto no Louvre e prestes a ir a leilão. A história da joia, que agora pertence à poderosa família Pellegrini, é também a ponta do novelo de sua própria história.

Criada por George Kay (série Criminal), Lupin tem uma narrativa tão arrojada quanto seu protagonista. Costura presente e passado para estabelecer o elo entre o valioso colar, os Pellegrini e a morte de Babakar na prisão, 25 anos atrás, após ser condenado por roubar a peça. Sim! Esta é uma vertiginosa trama de vingança, com doses calibradas de ação, humor, drama e romance. Os cinco episódios da primeira temporada contrapõe o Diop adulto, separado de Claire (Ludivine Sagnier, 8 Mulheres) e pai do adolescente Raoul (Etan Simon), com o órfão de 14 anos amparado financeiramente por um doador misterioso que banca seus estudos em uma escola de elite.

A investigação do roubo do colar no Louvre é tocada pela polícia parisiense, um time de incompetentes que debocha do único da equipe, também leitor de Maurice Leblanc, a apontar que o ladrão das mil faces é um copycat de Lupin. O estímulo à leitura é um dos componentes no pano de fundo da série. Embora algumas soluções sejam (bem) inverossímeis, o enredo ganha densidade política e social na luta de Diop para fazer justiça pelo pai Babakar e desmontar o legado de corrupção do império dos Pellegrini.

Não é a primeira vez que o elegante ladrão Lupin chega às telas. Há adaptações em animação, uma série francesa dos anos 70 e o filme de época Arsène Lupin: O Ladrão Mais Charmoso do Mundo (2004), estrelado por Romain Duris (A Nossa Espera). O que torna o sucesso da Netflix tão atraente é mesmo Omar Sy e seu Assane Diop. Desta vez, Lupin é o coadjuvante. Em tempo! Novos episódios da primeira temporada serão liberados em breve.

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