Um Amor Impossível

Indicado a quatro César – o Oscar francês –, Um Amor Impossível tem Virginie Efira em estupenda atuação. A estrela belga já esteve no Brasil, para participar do Festival Varilux de Cinema Francês, e foi quando contou que a carreira como apresentadora de TV (primeiro na Bélgica e depois na França) atrasou sua estreia como atriz, em 2007, aos 30 anos. Agora está de vento em popa. 

Depois de comédias como Romance à Francesa, Um Amor à Altura e Na Cama com Victoria, ela alça voo mais alto nesse drama, uma adaptação do best-seller de Christine Angot. Começa no final dos anos 50, quando Rachel (Viriginie Efira) e Philippe (Niels Schneider) se apaixonam perdidamente. Ela é a auxiliar de escritório na pequena Châteauroux, ele um parisiense de família rica que está ali a trabalho. Philippe logo avisa que “Há três tipos de amor: o amor conjugal, a paixão e o encontro inevitável, o nosso é esse último.” O que significa que o rapaz não tem nenhuma intenção de se casar.

Quem narra a história é Chantal (interpretada na fase adulta por Jehnny Beth), o fruto desse amor. O enredo é dividido em três etapas: o romance avassalador, os desafios de Rachel como mãe solteira e sua luta para ter a filha reconhecida, e as graves consequências da reaproximação entre Philippe e Chantal. Um Amor Impossível é uma obra ambiciosa, que percorre as décadas com elegância na recriação de época.

A terceira parte, com Chantal já crescida, traz uma revelação aterradora que materializa o que se insinuava no pano de fundo político e social que emoldura a relação desde o início, no pós-guerra. A diferença de classes, o fato de Rachel ser judia, o desdém com que Philippe recebia seu amor e a traumática convivência dele com a filha são analisados em uma conversa definitiva – e esclarecedora – entre Chantal e Rachel. O que parecia um drama familiar, toma contornos muito mais amplos e complexos.

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