Terremoto

Em 2015, o diretor norueguês Roar Uthaug (Tom Raider: A Origem) provou que cinema-catástrofe não é exclusividade de Hollywood. Em A Onda (disponível na Netflix), um deslizamento de pedras em um fiorde provoca um tsunami de 85 metros de altura. No centro da narrativa está o geólogo Kristian Eikjord (Kristoffer Joner, Missão: Impossível – Efeito Fallout), que tenta avisar as autoridades, sem muito sucesso, mas consegue salvar a esposa, o casal de filhos e quem mais estava a seu alcance. Assim como a falha de San Andreas, na Califórnia, a Noruega também é uma região atingida por abalos sísmicos (o de 1905 foi destruidor) e vive sob a ameaça de um tremor catastrófico.

A Onda foi um estrondoso sucesso em seu país, e Kristian está de volta em Terremoto. Tratado como herói, mas traumatizado por não ter evitado mais mortes na inundação, ele cai em depressão e se isola da família, que agora vive na capital, Oslo. Pois a história se repete. Depois da morte de um amigo geólogo durante análises em um túnel na cidade, Kristian volta alertar as autoridades para o big one. Se não deram muita bola da primeira vez, seus apelos agora são considerados paranoia.

O diretor Uthag sai de cena e John Andreas Andersen assume a batuta. Mais conhecido como diretor de fotografia – em filmes como Inferno na Ilha e Headhunters -, ele promove uma sensível a mudança de ritmo. O filme começa lento, voltado para o drama pessoal e familiar do protagonista, e sua neura com os primeiros sinais de que Oslo pode vir abaixo. Demora, cansa até, mas quando a terra treme... aguenta coração.

Com efeitos especiais realistas, o diretor constrói sequências grandiosas e aflitivas, com tudo o que um legítimo filme castátrofe tem direito. A cenas de um prédio despencando com Kristen, a esposa e a filha menor dentro é um teste de resistência. Verdade que o enredo é imperfeito, como especialistas que dão o fora sem cuidar da população, ou o filho que sacode na faculdade, mas mal aparece em cena. Deixa pra lá, porque a imagem da garotinha deitada na superfície de vidro, que começar a trincar, já vale o ingresso.

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