Supernova

Na astrologia, Supernova é a morte de estrelas em uma explosão considerada a maior do universo, com uma liberação de energia mais intensa que do nosso Sol. Explosiva é também a produção de mesmo nome que entra para o rol dos filmaços da nova geração do cinema polonês, ao lado dos recentes Corpus Christi e Rede de Ódio, dirigidos por Jan Komasa.

Diretor e roteirista estreante em longas, Bartosz Kruhlik tem um domínio impressionante da câmera. Ele gruda nos personagens para captar a respiração, a queda de uma lágrima ou o pulsar de uma veia. Supernova começa com uma mãe e dois filhos pequenos em fuga pela estrada de um vilarejo rural. Em seu encalço está o marido, completamente bêbado e bebendo, com um nada crível blá blá blá de “vou parar”.

Então uma tragédia acontece. Envolve o carrão de um executivo metido a besta que abandona a pé o local sem prestar socorro. Vale avisar que o que vem a seguir é um soco no estômago, um tour de force de pouco mais de uma hora em que o diretor transforma uma faixa de estrada em um microcosmo planetário. A cena do acidente vira um aglomerado de pessoas: parentes das vítimas, amigos, curiosos, médicos, bombeiros, policiais e até representantes do governo.

Kruhlik conta sua história a partir de três personagens: o marido bêbado (Marcin Zarzeczny), o primeiro policial (Marek Braun) a chegar e o dono do carro (Marcin Hycnar), que se revela um político corrupto às vésperas de uma eleição. Com um roteiro engenhoso e uma câmera intrometida, Supernova retrata a situação limite em um mosaico de substantivos abstratos. Poder, vício, luto, remorso, machismo, revolta, dignidade, inconsequência, desespero, redenção, família, fé. A humanidade irrompe ruidosamente nessa alegoria avassaladora.

Ficha Técnica

Assista Agora!