O Gênio e o Louco

De um lado, James Murray, um escocês autodidata e exímio linguista. Do outro, W.C. Minor, cirurgião do exército americano que foi parar em um hospício inglês após cometer um crime durante um surto psicótico. Eles são O Gênio e o Louco, interpretados por Mel Gibson e Sean Penn, nessa bem cuidada produção de época sobre a criação do Oxford English Dictionary, que levou quase 80 anos para ficar pronto.

Inspirado no romance de Simon Wimchester (disponível na Amazon) e conduzido com firmeza pelo estreante em longas Farhad Safinia, o filme desvenda os bastidores de um projeto considerado impossível: compilar todas a palavras e expressões da língua inglesa. A artimanha de Murray foi democratizar o dicionário. Ele pediu para que todo leitor interessado mandasse para Oxford palavras e citações relevantes, que seriam checadas pela equipe até o ponto de virarem verbetes.

Para Minor, poder mergulhar nos livros era uma forma de se manter na realidade e espantar os fantasmas da guerra que lhe tiraram a razão. A direção do sanatório montou uma biblioteca para ele, que submeteu mais de 10 mil definições para o time de Murray. Claro que o editor foi estar pessoalmente com o nobre colaborador, e a amizade que nasce desse encontro intelectual vai comover o público.

Mas não só. O enredo foca também a viúva (Natalie Dormer) do homem morto por Minor, moça pobre, mãe de quatro filhos, que se recusa aceitar o dinheiro que lhe é oferecido pelo criminoso. Essa inusitada relação, que passa do ódio ao carinho, rende as cenas de maior impacto dramático. Acima de tudo, porém, O Gênio e o Louco tem em Mel Gibson e Sean Penn os maiores atrativos. É a primeira vez que eles se reúnem na telona.

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