Minha Irmã de Paris

Julie Varenne já teve seus dias de glória no cinema francês. Aos 45 anos e com fracassos seguidos no circuito independente, a atriz dramática tem uma única chance de manter a carreira em pé: estrelar sua primeira comédia. Só tem um problema, e grande: as filmagens vão começar e Julie está com o lábio inchado depois de um procedimento estético que deu errado. É nessa hora que ela se lembra de Laurette, uma fã que a abordou recentemente em um restaurante e que, curiosamente, parecia uma cópia sua em versão loira.

Laurette é cabeleireira, tem uma filha jovem e sabe que é muito mais do que sósia de Julie, mas esse é o segredo que movimenta a simpática comédia Minha Irmã de Paris. Interpretadas por Mathilde Seigner, Julie e Laurette são idênticas fisicamente, mas têm personalidades opostas. Muito mais expansiva e humilde que a arrogante e arredia diva das telas, Laurette topa se passar pela atriz nas filmagens e conquista a todos com seu talento cômico. Os bastidores do cinema ganham um olhar divertido pelas lentes da cineasta e roteirista Anne Giafferi, mas a trama tem um drama familiar no primeiro plano.

Os laços que ligam essas mulheres foram rompidos de forma traumática e não ficaram na memória de nenhuma das duas, mas só Julie cresceu sem saber a verdade. Minha Irmã de Paris não tem nada de complexo e as soluções se apresentam sem muitas surpresas, mas há um encanto especial na forma como a diretora promove o reencontro das protagonistas. Esse é um filme sobre mudanças bruscas na estrada da vida, mas também sobre novos e estimulantes caminhos. Ótimo para um novo ano que está prestes a começar.

Ficha Técnica

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