Marés

Marés narra o drama de um fotógrafo que chega ao fundo do poço devido ao alcoolismo e se vê no dilema: frequentar o AA (Alcoólicos Anônimos) ou abrir mão da guarda compartilhada da filha. A trama percorre um período de quatro anos e começa com a paixão entre Valdo (Lourinelson Vladmir) e a argentina Clara (Julieta Zara). Eles se casam, ele bebe sem parar, tem dificuldade de expor sua arte, ela engravida. E assim, de forma atropelada, o enredo salta para uma reunião entre advogados da separação litigiosa do casal.

Pouco, ou nada, se fala dos motivos que o levaram ao vício. Em vez disso, o diretor estreante em longas João Paulo Procópio explora o descontrole de Valdo em cenas repetitivas dele na bebedeira com amigos, a reclamação constante do volume do som pelos vizinhos, cenas de sexo aleatórias e momentos rotineiros dele com a filha, em que o carinho inexiste.

Ambientado em Brasília na época do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o filme coloca o burburinho político no pano de fundo, mas soa artificial e não agrega nada aos personagens. O roteiro é frágil, erguido sob o pretexto de mostrar o mergulho no álcool, porém desinteressado em desvendar o íntimo desse sujeito autodestrutivo. É zero a empatia pelo protagonista. Quer assistir a uma bebedeira antológica, embalada por uma improvável história de amor e com uma interpretação vencedora do Oscar de melhor ator? Então assista a Despedida em Las Vegas, estrelado por Nicolas Cage e Elisabeth Shue, disponível nas plataformas Google Play e YouTube.

Ficha Técnica