Malévola: Dona do Mal

Há duas décadas, Angelina Jolie ganhou o Oscar de coadjuvante pelo drama Garota, Interrompida. Em 2014 recebeu outra estatueta, desta vez honorária, por sua ação humanitária. A bela, que tinha fama de jovem problemática, virou mãezona de seis filhos e ícone do bem. Daí o público abraçar com tanta naturalidade a inusitada face bondosa de Malévola, uma das vilãs mais terríveis da Disney. Malévola (2014, disponível em streaming) não só provou que versões live-action dos desenhos do estúdio é um filão lucrativo, como se tornou o maior sucesso comercial da carreira da atriz – foram mais de US$ 750 milhões na bilheteria mundial.

Malévola: Dona do Mal é muito mais infantil que o original. Ressalta os laços de família e prega a diversidade, a importância de aceitar o diferente. Mais: defende a paz construída pela união dos povos, só que até lá tem batalhas para todo lado. Na trama, faz cinco anos que Aurora (Elle Fanning) despertou do sono profundo. Agora rainha dos Moors, ela é pedida em casamento pelo príncipe Phillip (Harris Dickinson), e aceita. Muito a contragosto, Malévola (Angelina Jolie) acompanha a afilhada ao reino de Ulstead, para a noiva conhecer os futuros sogros, John (Robert Lindsay) e Ingrith (Michelle Pfeiffer).

Eis a vilã da vez! Ingrith planeja aniquilar os Moors, tomar as terras dos seres mágicos e governar absoluta. Pois o jantar em família vira uma briga danada e a ardilosa rainha joga todos contra Malévola, inclusive Aurora. A guerra que vem a seguir é óbvia e previsível. Não há um pingo de originalidade nesse segundo capítulo, a não ser o encontro de Malévola com seus descendentes. Aurora e Phillip são tediosamente ingênuos – acordem pra vida! – e Ingrith tem mais tempo em cena que Malévola, nas armações com uma assistente maquiavélica e um inventor de poções mágicas.

Angelina Jolie é a razão de ser de Malévola: Dona do Mal. O humor ferino, o sorriso de mil dentes, o olhar afetuoso para Aurora, as divertidas provocações com o fiel corvo Diaval (Sam Riley) - é uma personagem carismática e cativante. Deixá-la de coadjuvante de luxo foi o maior pecado. Se a Disney pretende levar a franquia adiante, é bom cuidar melhor de sua protagonista.

Ficha Técnica

Assista Agora!