Fubar

O volume de produções para o mercado de streaming é enorme. Tudo indica que nem a recente greve de roteiristas foi suficiente para conter a onda de lançamentos. A surpresa do momento, para os fãs de ação com humor, é que Arnold Schwarzenegger, um dos grandes nomes do saudoso "cinema tiro, porrada e bomba" da década de 1980, já tem uma produção de streaming para chamar de sua. Criada por Nick Santora, produtor de séries famosas como Prison Break: Em Busca da Verdade e Lei & Ordem, FUBAR não tem nada a ver com o conhecido bolo, mas é uma "farofa" que pode agradar uma legião de espectadores em busca de diversão sem o menor compromisso.

Luke Brunner (Arnold Schwarzenegger) leva uma vida dupla. Como civil, ele comanda uma loja de produtos para a malhação, mas sua principal atividade é a de um implacável agente da CIA. Por conta disso, sua relação com os filhos e a esposa (Fabiana Udenio) nunca foi das melhores. Ao priorizar o segredo e as missões, ele acaba, contra a vontade, se divorciando. Sem que todos soubessem, sua filha Emma (Monica Barbaro), que mantém um relacionamento difícil com Carter (Jay Baruchel), seguiu o mesmo caminho. Quando a chefe deles, Dot (Barbara Eve Harris), força os dois a trabalharem juntos contra o perigoso traficante de armas Boro (Gabriel Luna), o conflito está armado e o sucesso das missões não pode ser comprometido.

Dirigida por gente experiente na TV, com passagem em séries conhecidas como The Witcher, Riverdale e Lei & Ordem, FUBAR tem ritmo ligeiro, efeitos especiais de qualidade, além de som e trilha sonora caprichados. Tudo a serviço do puro entretenimento. Então os produtores acertaram no alvo? Quem está cansado do excesso de adaptações dos quadrinhos e das brincadeiras das produções recentes, vai achar o humor bem bobinho. Soma-se a isso as piadinhas aos montes de Barry (Milan Carter) e Roo (Fortune Feimster), os membros geek e gay (sim, tem que ter) da equipe. O saldo também pode ser negativo para quem busca conteúdo com alguma dose de maturidade. Sem contar que tem horas que os diálogos “dos bons” diante do “mal Boro” rendem momentos piores que esse trocadilho.

Talvez o time de roteiristas, em sua maioria novatos, possa explicar o direcionamento mais pueril. A série funciona para quem curte uma trama que explora DRs do início ao fim entre, praticamente, todos os personagens. Não fossem as sequências de tiros e explosões (elas existem), a produção flertaria com o infantil, tamanha é a generosidade do enredo para que tudo se encaixe em prol da pura brincadeira. FUBAR pode se encaixar no que se convencionou chamar de guilty pleasure, e o desfecho deixa a porta escancarada para a segunda temporada. Não é spoiler e não há "hasta la vista, baby". Arnold will be back!

Ficha Técnica

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