Elementos

Quando a Disney e Pixar liberaram as primeiras imagens de Elementos, ficou a impressão de uma variação de Divertida Mente, a obra-prima que ganhou o Oscar de animação em 2016. A aventura das emoções primordiais – Alegria, Medo, Tristeza, Raiva e Nojinho – foi extraordinária. A ideia de explorar os quatro elementos da natureza parecia esbarrar na mesmice. Que nada!

Elementos pode não ter a mesma complexidade e genialidade, mas o encontro entre seres de fogo, água, terra e ar é um olhar divertido e romântico sobre opostos que se atraem – e que descobrem que podem se completar nas diferenças. A linda Cidade Elemento, onde a trama se desenrola, pede para se tornar atração em parque da Disney. Mas nem tudo é perfeito, porque não foi planejada com espaço propício para os seres de fogo, tratados como imigrantes indesejados.

Sem medo do preconceito, há 20 anos chegou ali o jovem casal Brasa e Fagulha, que deixou a Terra do Fogo em busca de uma vida melhor para a filha, Faísca. Os sonhos estão depositados na Fireplace, a loja que deve passar de geração para geração. Impetuosa e esquentadinha, Faísca provoca um problema na loja que chama a atenção de um inspetor, que lhe aplica uma multa que pode ser catastrófica. Quem é o moço? Seu nome é Gota, um ser de água, moço emotivo, do tipo que chora em comercial de fralda.

Ao contrário da explosiva Faísca, o jovem é apaziguador e as rusgas entre eles logo viram uma inusitada sintonia. Com um quê de Romeu e Julieta, Elementos é uma animação família, sem lacração temática e que explora a individualidade com sensibilidade. Será que o sonho de Faísca é realmente assumir a loja de Brasa? E o que dizer da pressão que os filhos sentem para atender as expectativas dos pais?

O diretor Peter Sohn é o mesmo de O Bom Dinossauro (2015). Sua consciência ambiental ganha forma na convivência dos protagonistas com os seres da terra e do ar. Névoa, a chefe de Gota, é uma nuvem robusta, com jeito invocado, mas que só quer fazer seu trabalho direito. O espírito de equipe é outra mensagem positiva que fica dessa história sem vilões, que tira sua graça na forma como os elementos fundem suas características em prol da cidade. A cena mais linda, porém, tem os enamorados Faísca e Gota testando se fogo e água conseguem se tocar. O amor é lindo...

Ficha Técnica

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