Black Mirror: Bandersnatch

A Ediouro lançou nos anos 80 as séries literárias juvenis E Agora Você Decide e Escolha a Sua Aventura, em que o leitor toma decisões que levam a diferentes páginas e desfechos. O conceito, portanto, não tem nada de novo, mas o esperto criador da série Black Mirror, Charlie Brooker, transportou a ideia para o cinema em Black Mirror: Bandersnatch, a estreia sensação da Netflix neste fim de ano.

A interação pode ser pelo controle remoto da TV ou por consoles de games, computadores, tablets e celulares com Android e iOS. Os fãs de Black Mirror vão encontrar a usual dose de bizarrice da série na história de Stefan (Fionn Whitehead, de Dunkirk), um programador dos anos 80 que tem a grande chance ao adaptar um livro do tipo “escolha o final” para uma empresa de videogames.

Como mostra a imagem acima, é através dessa barra que aparece no campo inferior da tela que o público escolhe desde que cereal o protagonista vai comer no café da manhã, que música vai escutar, até ações bem mais radicais que incluem crimes e suicídio. A moçada tem inclusive assistido em grupo e feito debates animados nos cerca de 15 segundos liberados para clicar em uma das duas opções de cada questão. Ou então o “filme” escolhe por você.

A narrativa linear tem 90 minutos, mas com as inúmeras opções, a sessão pode se estender e mais de duas horas. O enredo se constrói em forma de caracol. No processo criativo do game, Stefan acha que ele próprio é marionete de uma força maior que está fazendo escolhas em seu lugar.

A trama é uma roda viva esquizofrênica que começa enigmática, mas aos poucos vira uma viagem exaustiva. É possível sair da loucura e ir para os créditos finais ou então vivenciar cada um dos desfechos possíveis até os créditos entrarem automaticamente.

A escolha é sua!

Ficha Técnica

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