Anos 90

A grande maioria das pessoas conhece Jonah Hill por comédias escrachadas como Anjos da Lei, É o Fim e Superbad: É Hoje. Há também o Jonah Hill ator dramático e indicado ao Oscar de coadjuvante por O Homem Que Mudou o Jogo e O Lobo de Wall Street. Com Anos 90, chegou a hora de descobrir os talentos do Jonah Hill cineasta. Sua estreia não podia ser mais surpreendente, porque este filme pequenino revela um diretor e roteirista de sensibilidade ímpar.

Hill nasceu em 1983, então viveu a adolescência na década de 90, assim como seu protagonista. Interpretado pelo carismático Sunny Suljic (O Sacrifício do Cervo Sagrado), Stevie se divide entre a escola, as surras do irmão mais velho (Lucas Hedges, O Retorno de Ben) e a companhia da mãe solteira (Katherine Waterston, de Animais Fantástico e Onde Habitam). Essa rotina ganha novo ânimo quando o garoto se enturma com um grupo de skatistas, e começa a descobrir a si mesmo.  

É através da trupe que o diretor explora algumas marcas desse rito de passagem, e usa como cenário a periferia de Los Angeles durante um verão escaldante. Os diálogos são francos e sem censura. A primeira experiência sexual de Stevie, por exemplo, é descrita pelo próprio aos amigos, com detalhes explícitos e uma divertida vibração.

Jonah Hill desvia dos clichês ao não rotular o personagens e nem julgar o flertes com a delinquência – um deles, por sinal, quer ser cineasta. Anos 90 é uma preciosa amostra do poder da imagem. Na cena do hospital, repare como o irmão violento de Stevie usa um suco de laranja para fazer carinho no caçula sem precisar tocá-lo. Não fala nada, e diz tudo. 

Ficha Técnica

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