Albatroz

Bráulio Mantovani é o roteirista indicado ao Oscar por Cidade de Deus e autor de Tropa de Elite 1 e 2. Portando, um exímio contador de histórias. Sabe-se lá o que tinha na cabeça quando criou o argumento de Albatroz, de longe seu trabalho mais ousado do ponto de vista de inventividade, mas também o mais difícil de alcançar o público.

Se você curte o cinema de David Lynch (Cidade dos Sonho, A Estrada Perdida), este é seu filme. Albatroz é um banquete lisérgico e sensorial. Quem procura cinema para relaxar, fique longe. Existe um fio narrativo, mas a montagem alucinada desmembra essa linha e transforma o enredo em quebra-cabeça – dos mais intrigantes.

O fotógrafo Simão (Alexandre Nero) é casado com Catarina (Maria Flor), compositora de jingles publicitários. Em viagem a Jerusalém com a atriz e amante Renée (Camila Morgado), Simão registra um atentado terrorista frustrado, que vira sua vida ao avesso. Nesse pacote há ainda Alícia (Andrea Beltrão), escritora e namorada de juventude que tenta resgatar o romance, mas é rejeitada.

Para complicar só mais um pouquinho, Simão vira cobaia de um experimento de neurociência, conduzido pela Dra. Weber (Andréia Horta). Em ritmo de suspense, os fatos se desdobram entre o sonho e o delírio. E não espere por respostas. Albatroz não acaba ao fim da sessão. Fica o enigma, incômodo e fascinante, para ser desvendado ao gosto de cada um.

O diretor, Daniel Augusto, é o mesmo de Não Pare na Pista – A Melhor História de Paulo Coelho. Não deve ter sido brincadeira traduzir as ideias de Mantovani em imagens, então, palmas para ele.

Ficha Técnica

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