Abominável

Há duas coisas muito fofuchas em Abominável: os bolinhos de pão chinês feitos pela senhora Nai Nai, e Everest, o yeti capturado por humanos, que escapou e se escondeu no telhado do prédio em Xangai onde mora a adolescente Yi, neta de Nai Nai. A garota se refugia ali porque se distanciou da mãe e da avó após a morte precoce do pai.

Se Yi se afastou da família, tudo o que a mitológica criatura quer é voltar ao lar no Himalaia. Essa trama de perdas e reencontros rende um road movie repleto de aventuras, e uma pitada de magia. Yi toma para si a missão de levá-lo até o Nepal, e é acompanhada pelo vizinho “popular” e o primo pequeno dele, uma figurinha travessa que vai cativar a garotada.

No encalço da trupe estão o magnata dono do laboratório que pretende apresentar o yeti para o mundo e uma zoóloga com segundas intenções. Não há nada de muito especial nessa trama previsível, mas os cenários asiáticos são uma novidade atraente. Às tantas, Everest revela possuir poderes especiais e emana uma aura mágica que cria as sequências de maior beleza plástica.

Abominável tem um humor inocente e “quadradinho” que deve limitar seu apelo à crianças menores. Mas essas devem se encantar com a viagem para o outro canto do mundo e ainda captar nas atitudes de Yi exemplos de resiliência – a garota enfrenta os mais diversos desafios, mas não desiste.

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