A Separação

A Separação colocou o cineasta iraniano Asghar Farhadi no radar do cinema mundial. O júri do Festival de Berlim de 2011 deu o Urso de Ouro de melhor filme e os Ursos de Prata de melhor ator (para o conjunto do elenco masculino) e melhor atriz (para o elenco feminino). Logo em seguida vieram o Oscar e o Globo de Ouro de filme estrangeiro em 2012, entre tantos outros prêmios.

Também autor do roteiro, Farhadi se debruça sobre um processo de divórcio para traçar um painel do Irã contemporâneo. Nader (Peyman Moaadi) e Simin (Leila Hatami) estão diante de um juiz para se explicar. Simin quer dar um futuro melhor para a filha fora do país e deixa subentendido que as perspectivas são limitadas, especialmente para as mulheres. Nader não quer a separação, mas alega não poder acompanhá-la porque precisa cuidar do pai que sofre de Alzheimer. São razões legítimas, de ambos os lados.

Quando Simin sai de casa, ele contrata uma empregada, Razieh (Sareh Bayat). A moça tem uma filha pequena e não conta que está grávida, porque precisa do emprego. Um dia, nervoso ao ver o pai sem assistência, Nader perde a cabeça e agride Razieh. Lá se vão todos de volta ao tribunal, onde o marido de Razieh eleva os ânimos. Farhadi usa a pendenga judicial para abordar conflitos de gênero, de religião e de classe, mas o faz sem julgamentos morais. Também não explora antagonismos aleatoriamente, porque, novamente, todos os envolvidos têm suas razões.

Interessado nas relações familiares, o diretor seguiu adiante com os também premiados O Passado e O Apartamento (Oscar de filme estrangeiro), e em 2018 reuniu o casal espanhol Penélope Cruz e Javier Bardem e o astro argentino Ricardo Darím em Todos Já Sabem. Tudo o que se sabe sobre seu novo e aguardado trabalho é que o título provisório é A Hero (Um Herói).

Ficha Técnica

Assista Agora!