A Odisseia dos Tontos

O astro argentino Ricardo Darín (Todos Já Sabem) firmou uma parceria de sucesso com o diretor Sebastián Borensztein. Juntos fizeram o divertidíssimo Um Conto Chinês e o thriller Kóblic. A terceira colaboração tem um atrativo a mais. A Odisseia dos Tontos reúne pela primeira vez em cena Darín e seu filho, Chino Darín (O Anjo), que herdou o talento e o carisma do pai, com um tantinho a mais de beleza.  

A produção tentou uma vaga no Oscar 2020, não deu, mas saiu premiada do Goya (o oscar espanhol) como melhor filme ibero-americano. É uma adaptação do premiado romance de Eduardo Sacheri, La Noche de La Usina, mesmo autor de O Segredo dos Seus Olhos, adaptado para o cinema por Juan José Campanella, estrelado por Darín e vencedor do Oscar de filme estrangeiro em 2010. O pedigree é dos melhores e o resultado é um filme de assalto em ritmo de comédia. O ponto de partida, porém, é dramático.

A trama se passa na Argentina de 2001, quando o governo tomou medida radical de combate à crise nos moldes do pacote econômico do presidente Fernando Collor no Brasil de 1990: confiscou temporariamente os valores da poupança da população e arruinou os sonhos de muita gente. No filme, o grupo de “tontos” do título, gente simples de uma cidade rural, havia reunido todas as economias para investir em uma cooperativa agrícola. Quando descobrem que o banqueiro local roubou a grana e escondeu em um cofre subterrâneo no meio do pasto, eles vão armar um plano para reaver o que perderam.

A vingança dos explorados rende situações inusitadas, mas a crítica social fica na superfície em uma narrativa rocambolesca, que aposta tudo em um elenco de tipos pitorescos. A Odisseia dos Tontos segue o estilo “engajado leve”, mas conta com a força dos Darín para atrair o público. Ver pai e filho juntos em cena, como pai e filho, é irresistível. Na entrevista em vídeo a seguir, o diretor Sebastián Borensztein e o produtor Federico Posternak contam como foi a dinâmica das filmagens.

Ficha Técnica

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