Nostalgia

No dicionário, nostalgia tanto pode nomear um sentimento de tristeza sentido por alguém, pela lembrança de eventos ou experiências do passado, quanto a saudade ou tristeza por algo ou alguém que já não existe ou que já não possuímos mais. É desse extrato que o diretor Mark Pellington (O Suspeito da Rua Arlington) constrói esse drama cujo roteiro costura histórias de perdas que se entrelaçam de maneira gradativa, num mosaico tristonho, mas também sensível e impactante.

Quem abre o filme é um corretor de seguros (John Ortiz, de Bumblebee) que, seja na casa atulhada de objetos de um idoso ranzinza (Bruce Dern, de Nebraska) ou nos destroços da casa incendiada de uma viúva (Ellen Burstyn, de O Conto), encontra relatos preciosos sobre o que de verdade importa na vida destes personagens, rica de tantas memórias.

É a viúva quem vai passar o bastão da narrativa do homem dos seguros para o confiável dono de um antiquário (Jon Hamm, de Maus Momentos no Hotel Royale), outro especialista em memórias. Quando vai ajudar a irmã (Catherine Keener, de Corra!) a desocupar a casa dos pais que será colocada à venda, no entanto, ele próprio se depara com as suas memórias e uma inesperada perda.

Não foi à toa que o diretor Pellington conseguiu reunir esse elenco brilhante em Nostalgia, certamente um dos destaques da produção, que também se beneficia de um roteiro bem escrito e de uma belíssima trilha sonora para contar histórias nada fáceis, mas que, como a maturidade e a passagem do tempo, fazem parte da vida de todos nós. Por isso, talvez diga o filme, seria bom sabermos como e quais memórias queremos cultivar.

Ficha Técnica

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