Meu Jantar com Hervé

Dos anos 1960 aos 1990, Aaron Spelling foi um dos produtores precursores do formato e do sucesso atual das séries americanas com Starsky e Hutch, As Panteras, Barco do Amor, Melrose, Dinastia e A Ilha da Fantasia (1978 – 1984). Esta última seduziu espectadores nos quatro cantos do mundo: um milionário e seu fiel escudeiro, o anão Tatoo, recebiam todas as semanas em uma ilha do Oceano Pacífico um grupo de pessoas para realizar seus sonhos.

Tatto era o papel do ator e pintor francês Hervé Villechaize, o primeiro ator anão a tornar-se estrela internacional da televisão e do cinema (007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro, A Ilha do Dr. Moreau). No último ano das filmagens de A Ilha da Fantasia, com seu comportamento extravagante, festeiro, rebelde e mulherengo, Villechaize criou tantos problemas com elenco e produção que acabou afastado do programa.

Dez anos depois, o jornalista inglês Sacha Gervasi viaja para Los Angeles para entrevistar o escritor Gore Vidal, trabalho que poderia recuperar seu prestígio profissional, após sérios problemas com alcoolismo. Ele também deveria entrevistar Villechaize, para uma matéria de 15 linhas. De fato, o que mudou a vida de Gervasi foi a entrevista com o ator francês, que decidiu se abrir sobre a infância de rejeição familiar e social ao seu nanismo, o sucesso como pintor, na França, a carreira de ator na América, a fama e seus excessos. Semanas após a entrevista, Villechaize cometeu suicídio.

O próprio Gervasi escreve o roteiro e dirige Meu Jantar com Hervé. Peter Dinklage (Game of Thrones) e Jamie Dornan (da trilogia Cinquenta Tons de Cinza) entregam ótimas performances nessa trama que revela a insuspeitada afinidade destes dois personagens à mercê de suas paixões, dores e seus descuidos.

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