Maus Momentos no Hotel Royale

Uma pitada de Tarantino ali, outra dos irmãos Coen aqui, mais uma dose de Robert Rodriguez acolá e voilà! Maus Momentos no Hotel Royale é um caldeirão bem temperado com personagens excêntricos, tensão, suspense, espionagem, violência e música (!). O elenco é a cereja do bolo: Jeff Bridges, Jon Hamm, Dakota Johnson e Chris Hemsworth comandam a festa, na verdade um emaranhado de acontecimentos esdrúxulos nem sempre bem alinhavados, mas que deixam o espectador vidrado.

Tudo acontece no Hotel Royale do título, situado na fronteira entre Califórnia e Nevada, e dividido literalmente entre os dois Estados – os hóspedes do lado da Califórnia pagam mais caro. Em uma noite de 1969 (uma imagem do então presidente Nixon na TV entrega a data), o decadente hotel sai do marasmo com a repentina chegada de quatro hóspedes. Um padre (Bridges), uma cantora (Cynthia Erivo), um executivo (Hamm) e uma hippie (Dakota).

São todos tipos suspeitos e os motivos de estarem ali se revelam em ritmo cadenciado. O jovem concierge (Lewis Pullman) é outro que terá seus segredos revelados. O diretor e roteirista Drew Goddard pode até beber na fonte dos cineastas citados no início, mas tem personalidade própria. Sua câmera é esperta, faz movimentos ousados e o enredo é cheio de surpresas. Goddard sabe como poucos explorar espaços restritos – é seu o roteiro de Perdido em Marte (2015) e sua estreia em longas foi o terror O Segredo da Cabana (2011).

Pois é justamente o astro desse último que dá a cartada final em Maus Momentos no Hotel Royale. Soltinho em cena, Chris Hemsworth faz o forasteiro que vai promover uma reunião nada agradável dos hóspedes. Nem tudo funciona bem nesse arranjo, que pende para o caricato. Racismo, machismo e crise econômica estão no pano de fundo, mas não peça um olhar crítico e nem seriedade. A missão aqui é entreter, e essa é cumprida com louvor. 

Ficha Técnica

Assista Agora!