Ma

Octavia Spencer venceu o Oscar de coadjuvante por Histórias Cruzadas (2012) e concorreu na mesma categoria por Estrelas Além do Tempo (2016) e A Forma da Água (2017). As três personagens eram, de uma forma ou de outra, vítimas de racismo, e a atriz sempre se elevou em cena ao adicionar uma pitada de humor e irreverência a cada uma delas. 

Demorou, mas ela finalmente assume o papel da protagonista em Ma, novamente sob a batuta de Tate Taylor, diretor de Histórias Cruzadas. Nesse terror psicológico de dar nos nervos, surge uma Octavia como nunca se viu. Começa com Erica (Juliette Lewis) e Maggie (Diana Silvers), mãe e filha que se mudam para uma tranquila cidade de Ohio – na verdade a terra natal de Erica, que precisa recomeçar a vida após a separação. Maggie não tem dificuldade de fazer amigos na escola, e é para agradar a nova turma que ela tenta convencer algum incauto a comprar bebida alcoólica na porta de um mercado.

A solitária Sue Ann (Octavia) é a única que se dispõe a ajudar. Conforme se aproxima dos adolescentes, oferece a própria casa para festas da moçada, com bebidas e drogas liberadas. A quarentona fica tão popular que os jovens passam a chamá-la de Ma (mãe). Aos poucos, porém, suas motivações ficam claras. A tensão é crescente e na reta final o suspense dá lugar ao horror, com índices inesperados de violência.

Ma faz uma abordagem radical das consequências do bullying. O roteiro é irregular, cheio de pontas soltas e outras que se unem forçosamente. Mesmo assim, deixa o espectador vidrado. Em participação especial, Luke Evans (A Bela e a Fera) passa por uma situação escabrosa, em clara homenagem à cena crucial de Louca Obsessão (1990), adaptação da obra de Stephen King que deu o Oscar para Kathy Bates. É de fechar os olhos! 

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