Dumbo

Lançados em 1941 e 1942, respectivamente, Dumbo e Bambi talvez sejam os desenhos mais tristes da Disney – repare que foi em 1941 que os Estados Unidos entraram na Segunda Guerra. Em ambos, as lágrimas brotam pela separação dos filhotes da mãe. Para Bambi, o adeus é definitivo. Para Dumbo, a esperança do reencontro é sua força motriz. Essa mescla de melancolia e determinação também dá o tom à versão live action. Da história original, sobrou apenas a essência: a mensagem de superação e autoaceitação. Ah, e o onírico balé dos elefantes é belamente recriado.

Dumbo sofre preconceito por ter nascido com orelhas enormes, fora do padrão. Sua condição de excluído deve ter sido um ímã para Tim Burton, o cineasta que mais ama seres desajustados, e que os tornou protagonistas em filmes como Edwards Mãos de Tesoura, O Lar das Crianças Peculiares e Ed Wood.

Na trama ambientada em 1919, Danny DeVito interpreta o dono de um circo decadente, que volta a atrair público com o show do elefante voador! A inusitada habilidade é descoberta pelas duas crianças que amparam o elefantinho após ele ser isolado da mãe. Colin Farrell vive o pai da duplinha, um viúvo que perde o emprego de adestrador de cavalos por ter voltado da Primeira Guerra sem um dos braços.

Michael Keaton encarna o vilão da vez, um empresário que se associa a DeVito para exibir o pequeno paquiderme em seu parque de diversões. Com um detalhe: Dumbo deve ser montado pela trapezista Colette (Eva Green). Farrell é o único novato de trupe Burton – sob sua batuta, Keaton foi o Batman, DeVito o Pinguim, e Eva a Srta. Peregrine.

Cenários e figurinos são fabulosos, a música tema, “Baby Mine”, é comovente, mas os efeitos especiais não impressionam. Tim Burton deixou a ousadia em algum lugar, e já faz tempo. Seu Dumbo é uma obra convencional. É o olhar inocente e sapeca do elefantinho que faz cada minuto valer a pena.

Ficha Técnica

Assista Agora!