Castle Rock

Produzida em 2018 para a plataforma de streaming Hulu, a série Castle Rock entrou com destaque no catálogo da nova STARZPLAY, do grupo Lionsgate, que tem preço promocional de R$ 5 nos primeiros três meses, depois de sete dias gratuitos de teste. A reunião de Stephen King e J.J. Abrams na produção executiva é o maior chamariz, pois eis uma dupla aficionada por tramas enigmáticas. Com o sinal verde do escritor de clássicos do terror e do suspense como O Iluminado e A Torre Negra, e do cultuado criador da série Lost, os roteiristas Sam Shaw e Dustin Thomason jogam a obra do mestre em um caldeirão. Dali tiram personagens, lugares, objetos e o que mais acharem interessante para dar forma às duas temporadas de Castle Rock, com 10 episódios cada.

A começar pela fictícia cidade de Castle Rock, no Maine, que serve de cenário ou no mínimo é citada em romances como A Metade Sombria, Trocas Macabras e IT – A Coisa. Quem assistiu à adaptação deste último e se deixou aterrorizar pelo palhaço Pennywise, interpretado por Bill Skarsgård, vai se espantar com o ator sueco na pele de The Kid, o grande mistério de Castle Rock. Encontrado em uma jaula na desativada ala F da prisão Shawshank (a mesma de Um Sonho de Liberdade, adaptado do conto Rita Hayworth e a Redenção de Shawshank), o rapaz diz uma única coisa no interrogatório: Henry Deaver.

É o nome do advogado (André Holland, Moonlight: Sob a Luz do Luar) especialista em pena de morte, que retorna à cidade após anos afastado e de onde saiu suspeito de ter assassinado o pai. Sua mãe adotiva, que sofre de demência, é vivida por Sissy Spacek, estrela da versão original de Carrie, a Estranha. Castle Rock tem um histórico de crimes tenebrosos e só continua ali quem não tem opção. A presença do estranho The Kid parece trazer à tona o pior das pessoas, e mais uma leva de sangue começa a ser derramada. Enquanto isso, Henry Deaver procura elos entre sua tragédia pessoal e o fato de ter sido chamado pelo desconhecido. A história explora multiversos, portais temporais, poderes sobrenaturais e clarividência sem perder o pique, e ainda forja um desfecho com poucas pontas soltas.

A segunda temporada é protagonizada pela versão jovem de Annie Wilkes, a maluca enfermeira de Misery – Louca Obsessão, cuja adaptação de 1991 deu o Oscar de melhor atriz para Kathy Bates. Agora na pele de Lizzy Caplan (Aliados), a personagem chega a Castle Rock com a filha, Joy (Elsie Fisher), em fuga de um passado sombrio. Ela vai estar no epicentro de uma briga familiar que envolve os quatro filhos adotivos do influente comerciante Pop (Tim Robbins, de volta ao universo de King 25 anos depois de estrelar Um Sonho de Liberdade, ao lado de Morgan Freeman).

O enigma desta vez está relacionado a uma seita satanista que teria habitado Castle Rock há 400 anos. Os primeiros episódios demoram a deslanchar, mas o ritmo melhora quando o enredo passa a costurar eventos e personagens da primeira e da segunda temporada – sim, The Kid está de volta. Com a enfermeira Annie na linha de frente, o segundo ano é novamente repleto de citações, como a floresta de Cemitério Maldito e o trilho do trem de Conta Comigo, adaptação do conto O Corpo. Que a terceira temporada seja logo confirmada.

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