Agente Infiltrada

Uma agente do Mossad some do mapa durante ação em Teerã e o serviço secreto israelense chama seu mentor para interrogatório. Teria ela trocado de lado ao se infiltrar como professora de inglês, e comprometido a missão de hackear a rede de inteligência iraniana? Quem assistiu a Em Pedaços, que deu a Diane Kruger a Palma de Ouro de melhor atriz em Cannes, sabe o quanto a estrela alemã molda suas personagens minuciosamente. Em Agente Infiltrada não é diferente, e é sua performance que justifica a sessão.

Quem a coloca em campo é o personagem de Martin Freeman (série Sherlock) e a trama em flashbacks se constrói através do depoimento dele aos chefes da operação na capital iraniana. O thriller de espionagem é inspirado no romance The English Teacher, de Yiftach R. Atti, que se inspirou na própria experiência como oficial infiltrado para seguir os passos de consagrados autores do gênero, como John Le Carré (O Espião que Sabia Demais). A adaptação escrita e dirigida por Yuval Adler (Belém: Zona de Conflito) é envolvente, mas o enredo é de um simplismo incômodo.

A começar pela escalação de uma agente novata para uma arriscadíssima ação em campo. Um trauma pessoal e a difícil relação com o pai são mencionados e deixados pelo caminho em uma deficitária construção psicológica da protagonista. O romance com um iraniano, uma ligação que pode por abaixo toda a operação, também parece precipitado e inverossímil. As falhas culminam em um desfecho abrupto e preguiçoso.

Ainda assim, há sequências de enorme tensão. A melhor delas dentro de um carro. Agente Infiltrada não escapa do rótulo de filme de espionagem genérico, mas ganha créditos positivos por contar com uma atriz com carisma e talento suficientes para prender a atenção do espectador.

Ficha Técnica

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