A Última Palavra

Se esse fosse o último filme da grande Shirley MacLaine (Oscar por Laços de Ternura) na telona, seria no mínimo curioso dar o laço final em uma das carreiras mais bem-sucedidas e admiradas de Hollywood com o papel corajoso de uma oitentona ranzinza e determinada a deixar seu obituário pronto e aprovado antes de partir. Felizmente, a atriz continua firme, já lançou mais dois trabalhos e tem outros três na fila de pós ou pré-produção.

É um imenso prazer assistir Shirley em A Última Palavra, no papel de Harriet, autoritária ex-executiva de grande sucesso na área da publicidade. É a jovem repórter Anne (Amanda Seyfried, de Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo) a escolhida para a tarefa de escrever o epitáfio jornalístico de Harriet. Da lista de contatos, só o ex-marido e um ex-colega de trabalho disseram algo positivo sobre ela. Então a própria Harriet aparece com uma outra lista, agora de tarefas para ambas, a fim de “fabricar” informações “positivas” para o obituário. Nessa jornada, as duas iniciam uma amizade autêntica que vai tocá-las e transformá-las profundamente.

O roteiro não é exatamente surpreendente, mas constrói essa história de encontros e despedidas com veracidade, boas sacadas e delicadeza, ideal para intensificar ainda mais o brilho das protagonistas. A Los Angeles em que se passa o filme nunca esteve tão acolhedora e discretamente vibrante.

Quem dirige é Marc Pellington (Nostalgia), que trouxe sua longa experiência no comando de videoclipes de artistas e bandas como Bruce Springsteen, Pearl Jam, U2 e Imagine Dragons para a extensa e elegante trilha sonora do filme. Uma das façanhas de Harriet é justamente tornar-se DJ no dial matutino de uma rádio independente, dirigida por Robin (Thomas Sadoski, da série The Newsroom), paixão recolhida de Anne.

Ficha Técnica

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